Mato Grosso

O CENÁRIO DAS ARTES VISUAIS EM CUAIABÁ, MATO GROSSO
Maria Thereza Azevedo

As artes visuais na região de Cuiabá, Mato Grosso, são praticadas, estima-se, há mais de sete mil anos pelos povos originários que aqui habitavam: os bororos, também conhecidos como cuiabás ou coxiponés, pois, conforme Wüst & Vierter, (1982) esta é a estimativa de tempo de existência destes povos neste espaço. Desde a exploração do ouro, pelos bandeirantes, que saíram pelo interior do Brasil em busca de riquezas, foram organizadas várias expedições de extermínio destas nações indígenas, mas os conflitos de terra, todavia persistem agora não mais pelo ouro, mas pelo agronegócio.

Arte Plumária Bororo

Arte Plumária Bororo

A cidade é margeada pelo Rio Cuiabá e está localizada no centro Geodésico da América Latina. Este lugar do planeta convive simultaneamente com três ecossistemas: floresta amazônica, cerrado e pantanal. Na década de 1970 Cuiabá sofreu mudanças profundas, além da grande migração do sul do país em busca de terras para a criação de gado bovino e agricultura, havia um forte apelo ao progresso e a modernização urbana motivados pelo Plano de Integração Nacional (PIN) “Grandes áreas que passavam a ser desmatadas, áreas, vale lembrar, em sua grande maioria terras indígenas, que eram postas à venda para dar espaço ao chamado “desenvolvimento” agrícola e pecuário.” (ARRUDA, 2015 p.30)

Neste período, o artista mato-grossense Humberto Espíndola assume o boi como motivo para as suas pinturas e cria a bovinocultura problematizando os conflitos da região. “Com as patas expressa o massacre, com os chifres a opressão e com o corpo o poder. Humaniza o boi para traduzir a força sócio-política e econômica.” (FIGUEIREDO)
Em 1971, com este tema, Humberto Espíndola participa da XI Bienal Internacional de São Paulo com a instalação Bovinocultura: a sociedade do boi criando assim linhas comunicantes de descentralização da arte no Brasil. Para Frederico Morais o trabalho de Humberto Espindola:

(…) é uma reflexão em torno de uma realidade concreta: o boi. Essência e existência do Mato Grosso, terra do artista e onde ainda reside. Um retrato inteligente e sarcástico da sociedade do boi. Com muito humor e agudo sentido crítico, relacionou o boi (pecus) com o dinheiro (pecúnia) e, a partir dessa relação rica de significados e implicações, criou o seu universo temático/formal. O boi é moeda (“status” econômico e social), cultura (a “bovinocultura”), diversão (vale o trocadilho: “boite”), é o todo (a boiada, que expulsa o homem) e o um (o boiadeiro, e sua particular visão do mundo) (MORAIS)

Instalação Bovinocultura: a sociedade do boi - 1971

Bovinocultura: a sociedade do boi, 1971

Em parceria com a crítica de arte Aline Figueiredo, Espindola viabiliza e inaugura em 1974 o MACP- Museu de Arte e Cultura Popular na recém criada Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT (1970) sendo o seu primeiro diretor, entre 1974/82.

Conforme Aline Figueiredo “O MACP fundamentou propostas em torno do conceito de museu-ação, organismo vivo em constante interação com a comunidade”. Juntos articularam um movimento de artes plásticas e visuais em Cuiabá, incentivando o surgimento de jovens artistas com a implantação, na Fundação Cultural, do atelier livre, que mais tarde vai para o MACP na UFMT.

O quadro básico das diretrizes do MACP […] concentra-se […] em cinco áreas: a problemática da arte brasileira, a arte mato-grossense, a cultura popular, o indigenismo e o Centro-Oeste. […] o MACP situado no contexto de uma universidade voltada para a reflexão dos valores regionais – por isso mesmo muito bem apelidada de Universidade da Selva – o indigenismo tem sido um tema de interesse constante. […] Daí, o empenho de mostrar em Mato Grosso trabalhos ligados à temática indigenista, pois o nosso público embora próximo das áreas de concentração indígena, é talvez o mais distante quanto aos seus problemas. É preciso que o homem amazônico aonde se inclui também o mato-grossense – tome conhecimento da importância do índio na afirmação da cultura nacional e, portanto, da necessidade de resgatá-lo de uma política de integração obscura e temerária. (FIGUEIREDO, 1979, p. 175 e 176).

MACP-UFMT

MACP-UFMT

Além do incentivo à promoção da arte local, a dupla organizou várias exposições convidando artistas como Cildo Meireles, Bené Fonteles, Luiz Aquila, Antonio Poteiro, Rubens Gerchman. Cildo Meireles, no período de 17 de junho a 30 de julho de 1975, realizou a exposição Sal sem carne (150 slides montados em monóculos, contendo imagens de denúncia social) e Casos de Sacos (uma série de sacos manipuláveis de papel pardo) onde o artista investiga a relação existente entre as propriedades físicas dos objetos (dimensão, peso, volume) e a percepção que eles passam.

Sal sem carne – Cildo Meireles 1974 no MACP da UFMT

Sal sem carne, Cildo Meireles, MACP-UFMT, 1974

Neste cenário surgem pesquisadores e curadores como o professor José Serafim Bertoloto que desde 1983 se envolve com as artes visuais primeiramente como pintor, em seguida como museólogo do MACP, e logo depois como professor de História da Arte, crítico e curador, sendo posteriormente seu diretor. Realizou o mestrado (USP) e o doutorado (PUC SP), em torno das artes visuais em Cuiabá, publicando dois livros: Clovis Irigaray: arte, memória corpo e Iconografia das águas.

Dentre os artistas que emergiram neste contexto, chamados por Aline de primeira geração de artistas foram: Dalva Barros, Clovis Irigaray, João Sebastião e Humberto Espindola. Numa segunda geração estão Adir Sodré, Gervane de Paula, Marcio Aurélio, Maria Amelia Morimon e Marta Catunda, Benedito Nunes, Nilson Pimenta entre outros. Incentivou-se bastante a arte popular e indigenista e Conceição dos Bugres se destaca com suas esculturas.

Conceição dos Bugres

Conceição dos Bugres

Com a crescente imigração incentivada pelo governo com o intuito de “povoar as regiões despovoadas”, desbravamento do interior do Brasil voltado para a segurança nacional, a questão da regionalidade e da chamada “identidade” passa a ser uma preocupação da elite cuiabana. Os imigrantes que chegam para investir tomam conta da cidade e do estado e acabam por mudar certos hábitos. Surge então, em fins da década de 1980, um movimento em defesa dos costumes e da cultura local o Muxirum cuiabano (1). A proposta do movimento era salvaguardar o que estava sendo destruído pelos que “vieram de fora”, os invasores, ou seja, manter os valores considerados “verdadeiros” do povo cuiabano. Surge, então, a partir do movimento o termo cuiabania sentimento de valorização da cultura local.

Ao analisarmos os discursos sobre o “progresso” e a “defesa” da cultura de Cuiabá difundidos pelo movimento do Muxirum, percebemos como estes eram emanados e vinculados a um grupo de famílias que há décadas se revezavam no poder local, ou até, poder-se-ia dizer que se tratava de uma oligarquia local. Esta, para defender suas raízes, procura nas camadas mais pobres a fonte de uma cultura popular que chamará de matriz e que, até então, havia refutado. Percebe-se que o objetivo do Muxirum era criar padrões e tradições que se perpetuassem no tempo e no espaço, frente à realidade circundante e precipuamente por preservar seus apanágios, ou seja, terras, cargos e as tradições dos cuiabanos. (ARRUDA, 2015 p.30)

O movimento elege determinados elementos que poderiam ser a “identidade” da cultura local. Mangas, Cajus, tuiuiús se destacam entre os pintores, denominando de pintura regional.

Clovis Irigaray
Neste período Clovis Irigaray tem como tema a questão indígena. Suas obras são irônicas e denunciadoras.

Clovis Irigaray

Clovis Irigaray

Vitória Basaia.
A artista carioca Vitória Basaia reside em Mato Grosso desde 1982 e vem realizando desde essa época um trabalho voltado a construção de uma cosmogonia feminina utilizando vários materiais, além da pintura com pigmentos, descontroi objetos, com as bonecas Barbie ressignificando -os.

Vitória Basaia, Exposição no MACP

Vitória Basaia, Exposição no MACP

Gervane de Paula
Gervane de Paula é um artista instigante que inicia seu processo com uma pintura primitiva, mas vai ganhando força crítica e irônica como é o caso do Tuiuiu nazista uma critica à imposição de um ícone como símbolo cultural.

Gervane de Paula, Tuiuiu nazista

Gervane de Paula, Tuiuiu nazista

 

Cenário atual.
Há 10 anos o cenário das Artes Visuais em Cuiabá, vem se transformado. Além da abertura de novos espaços exposicionais como o Pavilhão das Artes; o Museu de Arte do Estado de Mato Grosso; A Casa do Parque; O museu do Morro da Caixa D’água Velha; A Galeria Lavapés (antigo prédio do SEBRAE); O espaço Boca de Arte; Galeria Arto; Galeria da Casa do Artesão (administrada pelo Sebrae -MT); Galeria do Museu Histórico de Mato Grosso; A Galeria do SESC Arsenal, O anfiteatro da assembleia legislativa usado como Salão de Exposições; Galeria Luiz Beccari (Sede da TV Cidade Verde); Além dos shoppings Goiabeiras e Pantanal que acabam executando algumas exposições eventuais, da mesma forma que uma atividade do Governo do Estado realizada esporadicamente na Arena Pantanal e a reativação do Museu de Arte Sacra. Também temos neste período a formação de novos atores na área de pesquisa e crítica, cursos de formação, projetos relacionados à conexões nacionais; a recepção de exposições nacionais como Prêmio Marcantonio Vilaça, 31ª Bienal Internacional de São Paulo, A exposição Relicários de Paula Trope; a criação do Programa de Pós Graduação em estudos de Cultura Contemporânea com a linha Poéticas Contemporâneas que acolhe pesquisas em arte e forma artistas pesquisadores; a ocupação das ruas da cidade com intervenções urbanas, grafites, performances; o surgimento de novos artistas.

PPGECCO – Estudos de Cultura Contemporânea. Poéticas contemporâneas.
Em 2008 é criado na UFMT o programa de Pós Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea ECCO, tendo como uma de suas linhas de pesquisa Poéticas Contemporâneas que acolhe pesquisas em arte e forma artistas pesquisadores. Os críticos professores José Serafim Bertoloto e Ludmila Brandão passam a orientar projetos e a professora Maria Thereza Azevedo cria o Grupo de Pesquisa Artes Híbridas: intersecções, contaminações e transversalidades e o Coletivo à deriva braço experiências da pesquisa. Desde 2009 O coletivo à deriva atua com uma série de intervenções urbanas na cidade de Cuiabá e forma novos artistas em performance.

Pavilhão das Artes
Em 2010, o prédio do Palácio da Instrução, construído no período imperial, é restaurado e o andar superior, que estava desocupado, se transforma, com a articulação da animadora cultural Magna Domingos em Pavilhão das Artes, sendo ela a sua primeira coordenadora, incentivando e promovendo uma série de cursos, oficinas, residências de artistas, exposições, atelier livre, todas as atividades voltadas para uma produção de artes visuais contemporânea.

Pavilhão das Artes

Pavilhão das Artes

O pavilhão das Artes abrigou em 2012 a Exposição do Prêmio CNI/SESI para Artes Plásticas Marcantonio Vilaça e em 2015 a 31ª Bienal Internacional de São Paulo. Em 2010 o espaço foi inaugurado com a exposição do Circuito Cultural Setembro Freire.

Circuito Cultural Setembro Freire.
A produtora e animadora cultural Larissa Silva Freire Spinelli, filha do poeta Benedito Sant’Ana da Silva Freire promove todos os anos o evento artístico Circuito Cultural Setembro Freire, em homenagem ao escritor, na época do seu aniversário. Em 2010 o evento inaugurou o Pavilhão das Artes com uma grande exposição onde foram convidados vários artistas que criaram obras a partir dos seus poemas. Os artistas convidados foram: Aclyse de Matos, Adir Sodré, Amauri Lobo, Anna Amélia, Antônio Carlos Lima, Antônio Sodré, Benedito Nunes, Bia Correa, Carlos Roberto Ferreira, Dalva de Barros, Danielle Milioli, Davi Perez, Denise França, Dj Faraz, Eduardo Ferreira, Fábio Motta, Gervane de Paula, Herê Fonseca, Ivens Scaff, Jonas Barros, Juliano Lobato, Lêda Maira, Lorenzo Falcão, Lucia Palma, Luciene Carvalho, Ebinho Cardoso, Luiz Carlos Ribeiro, Luiz Renato Pinto, Maihara Marjorie, Marcelo Velasco, Marta Cocco, Neneto de Sá, Rai Reis, Raquel Mutzenberg, Romulo Netto, Vera Capilé, Vitória Basaia, Wanda Marchetti. Além disso, o Circuito que ocorre de dois em dois anos, desenvolve um programa educativo a partir da arte, envolvendo escolas e professores. Este diálogo da poesia com as artes visuais se deve à parceria de Silva Freire com Wlademir Dias Pino.

Wlademir Dias Pino
Dias-Pino viveu em Cuiabá em dois períodos de 1936 a 1952 e de 1972 a 1994. Em 1948, funda juntamente com o poeta Silva Freire o movimento literário de vanguarda Intensivismo, que já traz em seu projeto grandes inovações formais que antecipariam as tendências da poesia visual e das artes plásticas dos anos 1950 e 1960. Para Eduardo Kac, Dias Pino é um dos poetas visuais mais importantes surgidos internacionalmente na segunda metade do século vinte.

Em 2015 o Circuito cultural Silva Freire presta uma homenagem à Wlademir Dias Pino com o Seminário Poéticas de Vanguardas – Em todas as direções: Resistências e Dissidências” e com a exposição no MACP Cuiabá Experimental composta por 1.350 imagens concebidas pelo artista.

Waldemir Dias-Pino

Waldemir Dias-Pino

Waldemir dias-Pino no ...

Waldemir dias-Pino no …

PAM Para dançar de olhos abertos para dançar de olhos fechados.
Em 2012 o artista, produtor cultural e curador Luiz Marchetti organiza uma exposição ao ar livre como um Panorama das Artes Mato-grossenses convidando 27 artistas: Adir Sodré, Almira Reuter, Aluizio Azevedo, Babu Seteoito, Caio André Celestino, Dalva de Barros, Deizeni Felix, Elias de Paula, Emanuelle Calgaro, Fabio Motta, Gervane de Paula, Heleninha Botelho, Herê Fonseca, Jean Siqueira, Jhon Douglas,José Medeiros, Josué Franz, Larissa Freire, Leda Maira, Luda Zoroastra, Marcio Aurélio,Olimpio Bezerra, Raimundo Reis,Rita Duarte, Rita Rezende, Thaiz Lino, Vitória Basaia.

Prêmio Jovem Arte Centro Oeste
Em 2012, Gervane de Paula, Magna Domingos e Benedito Nunes criam o Prêmio Jovem Arte do Centro Oeste, premiando um artista de cada estado: Brasília, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso com a participação do júri: Carlos Sena, Wagner Barja, Ludmila Brandão e Ilacir Galvão. Foram premiados: Grupo Empreza de Goiás com a performance impenetráveis; Coletivo à deriva de Mato Grosso, com a instalação Cidade Reinventada; Miguel Ferrerini de Brasília, com objeto móvel; James Cáceres de Mato Grosso do Sul com Guará ( escultura em arame queimado)

Casa do Parque
A Casa do Parque é inaugurada em 2012, um espaço multieventos que fica próximo ao Parque Mãe Bonifácia. Acolhe regularmente exposições de artistas locais.

Casa do Parque, Galeria 455

Casa do Parque, Galeria 455

Galeria do SESC Arsenal.
A programação de artes visuais do Sesc é elaborada seguindo a política nacional do SESC para as Ates Visuais que contempla a cena local de arte, promovendo seu fomento e difusão e explorar as possibilidades de intercâmbio geradas ao apresentar produções artísticas, sejam elas práticas ou teóricas, de agentes culturais convidados pouco conhecidos regionalmente, sejam eles nacionais ou internacionais. Na área de Artes Visuais do SESC Arsenal já foram experimentados vários processos de seleção, como editais, chamadas e outras políticas de acesso. Hoje, a forma de acesso dos artistas ao espaço acontece de forma orgânica durante todo o ano, a qualquer momento é possível propor uma exposição ou projeto para o espaço da Galeria. O Sesc também pesquisa, identifica e convida artistas para ocuparem o espaço. São realizadas em média 05 exposições durante o ano, que duram em média 02 meses cada uma.

Exposição Orifícios de Benedito Nunes na Galeria do SESC Arsenal

Exposição Orifícios de Benedito Nunes na Galeria do SESC Arsenal

Museu do Morro da Caixa D’água Velha
Desativada na década de 1960, a caixa d’água foi transformada em museu e, desde 2007, abriga exposições temporárias de fotografias e objetos que contam a sua história. A construção, que existe desde 1882, foi o primeiro reservatório de água do Estado de Mato Grosso e comportava um milhão de litros de água. Em anos recentes, as salas passaram a receber também mostras temporárias de artistas locais.

Museu do Morro da Caixa D'água Velha

Museu do Morro da Caixa D’água Velha

Conexão Nacional de Artes de Mato Grosso
Em 2012 ocorreu a Exposição “Conexão Nacional de Artes de Mato Grosso”, na Galeria de Arte da Secretaria de Estado de Cultura, reunindo obras dos artistas plásticos locais Adir Sodré e Gervane de Paula; juntamente com a paulistana Flávia Vivacqua e o cearense Yuri Firmeza organizada pela animadora cultural Magna Domingos.

40 anos do MACP – Percurso magia propiciatória.
Em 2014 é organizada a exposição coletiva Percurso: magia propiciatória para comemorar os 40 anos de fundação do Museu de Arte e Cultura Popular MACP da UFMT. Trinta e cinco artistas de várias gerações compõem a mostra com a curadoria de Aline Figueiredo pela qual ganhou o prêmio ABCA deste ano. Dela participaram: Adão Domiciano, Adir Sodré, Almira Reuter, Aleixo Cortez, Antonio Carlos Batista, Benedito Nunes, Carlos Lopes, Clovis Irigaray, Dalva de Barros, Elieth Gripp, Gervane de Paula, Gonçalo de Arruda, Herê Fonseca, Humberto Espínola, João Sebastião, Jonas Barros, José Pereira, Julio Cesar, Lara Matana, Luis Segadas, Marcelo Velasco, Marcio Aurélio, Mary Bueno, Mató, Miguel Penha, Monica Lobo, Nilson Pimenta, Paulo Pires, Regina Pena, Roberto de Almeida, Sebastião Silva, Vitória Basaia, Valques Rodrigues, Wander Melo. Aline Figueiredo diz: “Ao elencar 35 integrantes desta coletiva, levamos em consideração a qualidade plástica e a capacidade de ultrapassagem do particular para o geral, do local para o universal, sem deixar de lado a inventiva cabocla que aqui se faz.”

Museu de Arte do Estado de Mato Grosso
Em 2014 é inaugurado o Museu de Arte do Estado de Mato Grosso localizado na antiga Residência dos Governadores. Abre com uma exposição de 100 obras de artistas do estado. Neste ano de 2016, a exposição Natureza, substantivo feminino com a curadoria da diretora do Museu Viviene Lozi teve obras de 31 mulheres. São elas: Adriana Milano, Ângela Godinho, Anna Marimon, Barbara Fontes,Conceição dos Bugres (in memorian) Dalva de Barros, Emanuelle Calgaro, Fabrícia Campelo, Guadá Senatore , Ignez Correa da Costa (In memorian), Imara Quadros, Isa Sousa. Keila Albernaz Silveira ,Lua Brandão, Mari Bueno, Osvaldina Santos (in memorian) Raquel Mützenberg , Paty Wolf.,Regina Pena, Rimaro, Rita Ximenes, Rosylene Pinto, Ruth Albernaz , Soraia Mourão, Suely Reindel, Tania Pardo, Vitória Basaia, Wânia de Paula.

Obra de Adriana Milano

Obra de Adriana Milano

Virtual Visual
Em 2015 a profa Ludmila Brandão, inaugurou um portal de informações sobre as Artes Visuais em Mato Grosso, incluindo a arte dos povos originais da região. O Visual Virtual MT é o principal produto da pesquisa intitulada “Artes Visuais em Mato Grosso: acervo, difusão e crítica”, financiada pela CAPES (PNPD Institucional), iniciada em 2011 na Universidade Federal de Mato Grosso e tem como objetivo disponibilizar digitalmente a produção visual contemporânea do estado e toda a produção acadêmica correlata. O projeto é executado pelo Núcleo de Estudos do Contemporâneo (NEC), grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO) da UFMT.
http://visualvirtualmt.com.br/

Coletivo à deriva
As intervenções/poéticas urbanas realizadas pelo Coletivo à Deriva criado no PPG ECCO como laboratório do grupo de Pesquisa Artes Hibridas, buscam uma conexão afetiva com os espaços degradados ou abandonados da cidade, promovendo uma visibilidade e projetando outros possíveis modos de estar na cidade. Tem como simbolo a sombrinha criada a partir dos passeios de sombrinha em busca de mais sombras para Cuiabá. Já realizou intervenções no bairro do Porto em 2009; no campus Cuiabá da UFMT em 2010; no Largo da Mandioca em 2011; na Praça Ipiranga em 2012; na Praça da República em 2013; no Parque do Morro da Luz em 2014; no VLT abandonado em 2015 e 2016 foram realizadas 100 ações em toda a cidade com o projeto Cidade Possível. Muitas vezes as ações se confundem com as práticas do cotidiano como ocorreu na Praça da Mandioca, localizada no Centro Histórico, lugar onde se entrecruzam camadas de memórias atravessadas por múltiplas culturas. Ao mesmo tempo espaço revelador de nevrálgicas questões sócio urbanas.

Lavagem da escadaria na Mandioca

Lavagem da escadaria na Mandioca

Praça Ipiranga

Praça de estar. Intervenção na Praça Ipiranga.

Morro de Luz Intervenção no Parque do Morro da Luz. Belo lugar abandonado no centro da cidade.

Morro de Luz Intervenção no Parque do Morro da Luz. Belo lugar abandonado no centro da cidade.

Vozes Livres sobre Tralhas A comemoração às avessas do natimorto VLT

Vozes Livres sobre Tralhas A comemoração às avessas do natimorto VLT

Além do Coletivo à deriva outros coletivos foram surgindo pela cidade como o caso do Rota que trabalha com grafite e as múltiplas performances como o caso de Maieutica de Raquel Mutzenberg, aluna do PPG ECCO.

Maieutica

Maieutica

 

Nota:
(1) Muxirum significa mutirão em tupi-guarani.

Referências:
ARRUDA, Túlio Entre Indios e bois: representações e resistências na construção da identidade matogrossense. IN Revista Documento Monumento, Vol. 16 – N. 1 – Dez/2015.
BERTOLOTO, José Serafim Iconografia das águas Cuiabá, Cathedral, 2006.
FIGUEIREDO, Aline. Artes plásticas no Centro-Oeste. Cuiabá: Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT, 1979.
___________, A Propósito do Boi, de Aline Figueiredo, ed. UFMT, Cuiabá, 1994, cap.9.
Panoramas das Artes Plásticas em Mato Grosso no século XX.(Aline)http://www.ufmt.br/ufmt/site/userfiles/eventos/0c47f809ed7d645555d60f8448498ba3.pdf
___________& ESPINDOLA Humberto Animação Cultural e Inventário do acervo do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT. 2010.